30 de nov. de 2007

Passado e Desapego


O olhar do Faraó
Mira o deserto
Um Rei sem coroa
Dança chamando a Lua

Na rua um desapego pelo passado
Passa de ônibus
Em frente a um shopping

As pirâmides se foram
Suas perfeitas formas
Já não cabem nesse mundo
Essa é a era dos quadrados
Retângulos
E todos esses tipos de quadriláteros
De ferro
Chumbo
Vidro
Vigias e aço

O velho Faraó perdeu o olho
Em uma aposta com um rico empresário de Vegas
E o Rei,
Que já não tinha coroa,
Agora não tem nem roupas
Vive sujo e maltrapilho
Num viaduto de São Paulo
Mas sem perder a nobre nobreza
Continua dançando, bêbado, para chamar a Lua.

Na rua deserta de Homens
O desapego agora passa de táxi

Uma velha canção de Força
Que outrora era entoada
Por orgulhosos Índios
Agora é vendida,
Ou
Trocada,
Por novos e fodidos Índios
Sem esperança e sem passado,
Quiçá futuro,
Em uma fitinha K7
Para um Pobre ouvir em seu velho carro

Passa novamente o desapego
Agora com um conversível
Em direção à praia

Os Reis morreram
E o mesmo para os Faraós
Também os Imperadores
Não há mais mitos
E as belas canções foram esquecidas

De um moderno Aeroporto
O desapego sai em férias
Permanentes
Para uma praia num Paraíso Fiscal
No seu novo Jatinho

Diego Mr. Splinter

Vida

Casas bonitas e musicas
Festas em natais felizes
Gestos simples nas românticas canções
Que estão a traduzir sentimentos

Mulheres, homens e crianças.
Todos muito cheios de amor e desejo
Para os sonos tranqüilos, estão as manhãs frias.
Nas casas aquecidas, conversas animadas e livros fantásticos.

Lábios macios e cheiros excitantes
Discos arranhados e magníficos passados.
Futuro que não chega presentes e mais presentes.
Sonhos de princesas, fantásticas batalhas dos príncipes.

O cansaço, filosofia dita em samba.
O dia da alma, esvaziar-se e tornar-se.
Enchendo os pulmões, tragar poesia.
Acalentando o coração dando-lhe sentimentos.

Ádrivan .M. henrique

A grande verdade sobre a realidade:

Minha mente mente
(covarde) mente

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Dante "Trocadilhos Poéticos" Mendonça

15 de nov. de 2007

Café filosófico

Foi num dia chato de chuva, enquanto nos falávamos pelo MSN (Adrivan e Eu), nesse dia nos propusemos a nos encontrarmos para discutirmos coisas sobre filosofia barata de botequim, futebol, mulheres, política, mais filosofia barata, literatura, poesia, mais um pouco de mulheres e todas essas coisas que amigos conversam.

E então foi decidido que nos encontraríamos pra discutirmos a frente de uma xícara de café, dessas grandes, de viciados, sabe? E assim foi, sentamos-nos, nos cumprimentamos e finalmente começamos a discutir. Falamos muito e sobre tudo, tudo o que foi estipulado e tudo mais que vinha em nossas mentes febris e dilaceradas pela cafeína e nicotina, e qual não foi nossa surpresa: o que realmente escrevemos não teve nada a ver com o que nós conversamos. Bem, até teve, mas foi, contudo, imaginário.

Acabou que o que saiu foi uma coisa ultra instintiva, efeito da cafeína imagino. Atribuimos ao nosso encontro o titulo de café filosófico e a nossa obra, A menina de preto.


A menina de preto

O brilhar do sorriso, um diamante. Enquanto era dia, à noite desforme, lá longe, tentava se erguer, preparar particularidades, a prepararem... Moldando sentimentos.

No ancorar da manhã seguinte a pequena semente que havia regado, tornara-se flor. Teimando agora em ter -se com o vicio.

Desde aquele dia, sempre que a flor sorria uma criança brincava escondida no jardim invisível. Brincava de roda, brincava de samba.

À noite declarava-se a todos tão intima da flor como era do dia. Dedos deslizavam, dedos se tocavam, mostravam-se até darem forma ao adeus.

Quando após um calmo fim de tarde, à noite triste retomou, flor tentou chorar, mas a lua era boa naquele tempo e cantava uma bela canção de ninar. O sonho veio e flor o abraçou.
E oque era estranho, enfim, revelou-se.

“Tudo teria verdades e sentidos se não fossem vicios” – Assim cantava a lua e prosseguia. “ Se o doce por nada se amargasse, por nada fosse ao chão”. “Veja, minha linda flor. A menina de preto já teve um ganso, um porco e um grilo. O sol dizia a ela que tudo um dia haveria. Mas tudo não passou de mentira”.

Adrivan .M. henrique
Mr. Splinter