28 de out. de 2007

O Di Giorgio solitário.


12 de novembro de 2006.

Aproximadamente nove e cinco da noite. Adal e Donat ensaiavam junto, o sonho.

- Peraê que vo ver porque as luzes se apagaram. Acho que foi de propósito. –Disse Adal levantando-se.

- Tá valendo! Num demora não, por que se demorar podemos esquecer o aranjo.

Na verdade, essa não era a grande preocupação de Donat, mas sim, ele não se ver protegido no escuro, sente medo.

- Que nada! Tem como esquecer não. –Então Adal foi verificar a energia.

Donat com seu violão Di Giorgio empenhava-se ao Maximo numa canção de sua autoria. Cantar sempre lhe tirava a visão do escuro, deixava então de sentir um terror imaginário. Ecoava uma voz acutíssima e rouca no manto de escuridão que encobria a oficina. A ressonância do amor platônico de Donat misturava-se ao cheiro de madeira, cigarro, maconha e dos dóceis cahorros que jaziam por ali.

A canção solitária acaba-se, momento em que Donat concebe seu amor numa outra frase: “Sou um mundo equivocado avocando o amor”. Frase que lhe põe de volta a escuridão da oficina.

Retira do bolso mais um cigarro, traz na outra mão um celular cheio de luz e mensagens, e põe-se a procurar pelo fósforo. Assim que acha o fogo para o cigarro, acha também o vulto, companheiro teu, presente no teto preto passado. Declama para os olhos do cão que lhe olha carente postado entre suas pernas: “Faça-se luz! E assim se fez” E o fósforo obedece-o, a luz do âmbito não.

Tateando com o único auxilio da chama do cigarro, volta-se para janela tentando pela fresta entender o falatório agitado do portão. Deu pra se ouvir os passos exaltados de dona Pomposa, e a sua voz que, beirava o irritante.

- Não, claro que não há permissão. –Pomposa aos brados.

- Meu querido, solte ela! –Adal socando-os

Ai, o grito penoso da ex-professora foi como uma rajada de angustia. Deu pra traduzir isso em seu gutural. –Berrava inflamada: “Adaaal”!

Os tiros seguidos e brasantes atingiram Adal, que antes ao grito de dona Pomposa, estava a socar rosto de uns dos policiais que rendia a caridosa professora contra a árvore escamosa e áspera.

Logo se via ao chão um talentoso, criativo e original musico. Derramada ali, junto ao ainda aquecido corpo, estava sua palheta cor branca, feita de material pvc, moldada ao teu bel-prazer. Com ela, minutos atrás, ouvia-se na claridade da antiguada oficina melódicas e harmoniosas canções, transpostas do plano interior à guitarra, maravilha que talvez não torne a ser escutada, não nesta cidade, onde todos caminham apressadamente para o óbvio precipício.

(Adrivan .M. Henrique.)




5 comentários:

Diego Fraga (Splinter) disse...

eu jah havia lido esse texto antes, e o q eu tenho pra comentar sobre eh:
eh a cara do adrivan

um belo escrito

Paulo Roberto disse...

Você é um porco capitalista que só quer escrever para poder ganhar dinheiro, então faz esse tipo de texto piégas para chamar atenção de pessoas inúteis como você. Babaca!

Paulo Roberto disse...

É mentira Adrivan Botelho, isso que eu disse é uma infâmia rapazinho. Gosto do teu texto, da tua leitura e da tua literatura. Escreve com o coração, e não com dedos, o que é mais importante. Leia mais sobre assuntos variados, até mesmo os que não lhe interessa, não custa nada fazer um poema crítico etc.

Paulo Roberto disse...

É mentira Adrivan Machado Henrique descente de portugueses por parte de mãe e espanhol por parte de pai
, isso que eu disse é uma infâmia rapazinho. Gosto do teu texto, da tua leitura e da tua literatura. Escreve com o coração, e não com dedos, o que é mais importante. Leia mais sobre assuntos variados, até mesmo os que não lhe interessa, não custa nada fazer um poema crítico etc.

Anônimo disse...

Sua presença é um presente para o mundo.

Seus textos foram compostos para serem ouvidos,
sentidos, compreendidos, interpretados.
Para tocarem nossas vidas com a mesma força do
instante em que foram criadas, para tocarem suas
próprias vidas com toda magia!

Adoro te Homemm :]