22 de dez. de 2007

Platônico

Você, límpida e pura.
Doce ternura admirar-te.
Olho-te com todo meu desejo,
E, calo-me, fantasioso, ao ver nascer teu sorriso.

Olho-te, desejando que decifres meu amor.
A uma vida perfeita não caberia a mim, um errante.
Caberia um amante?
Caber-me-ia como teu único amor?

Mesmo assim, distante de ti,
Amar-te-ei mais e mais a cada noite.
Criar-te-ei num mundo meu
Em crônicas das mais românticas às mais profanas.

Afago-te em meu travesseiro.
Tendo-a lívida em meu sonho,
E não a tendo, de fato.
Dor que és meu pesadelo.

Assaz distante, ainda que seja amor.
Desejo-a sempre que estou a sucumbir à noite.
Assaz crescente, tanto, que és dor.
Este seio distante pressagia meu desamparo.


Adrivan .M. Henrique.

13 de dez. de 2007


O Doce e o Amargo da Gargalhada Pintada de Brincadeiras


O palhaço atravessa a rua
Quase corre
Com medo
Da criançada

É irônico que
Seu sorriso
Seja puramente maquiagem
E que suas lagrimas
Sejam de verdade

No picadeiro,
Após um dia,
Ele mais uma vez provoca
Gargalhadas

O algodão-doce,
No fim do espetáculo,
É a única coisa que o faz sorrir de verdade
Doce e puro
Como as nuvens
Que ele tanto gosta

Ao fim,
Nada de sorrisos,
Tão pouco de
Gargalhadas
Num canto escuro de seu Trailer enferrujado
Ele chora

É o fim do seu trabalho

Pobre palhaço!

Diego Fraga ( Mr. Splinter)

3 de dez. de 2007

A música do ano 2000 e as drogas sintéticas.


Anos de construções sociais se vão pelo ralo. São os valores humanos destruídos em quatro minutos, tempo médio de uma dessas novas canções. Acredito que deva ser muito comum um individuo se perguntar: “Onde se posiciona a igreja nesta situação?” Realço isto pela complexa questão. A igreja que a tempos fora um grande modelo de raciocínio humano, perde hoje seu poder, capacidade de ao menos inclinar um ser humano a uma posição de auto-preservação. Uma guerra recentemente perdida. Nesta não houve sangue derramados, não houve nem se quer um confronto direto. Mas há muito sangue derramando-se, um desperdício extraordinário. E os culpados disto são, importantes elementos distorcidos na fraca percepção da fraca mente humana atual. Não que em tempos tenha sido diferente. O diferencial era os grandes homens que questionavam o rumo de uma nação, que eram criativos, perceptivos, inúmeras qualidades que adequavam-se a bel-prazer. Hoje grandes homens são sinônimos de “pouco e podre” e estão todos muito mais interessados no “deixe tudo como está”, são favorecidos e centrados no seu ofício, enriquecer-se as custas das costas queimadas pela ignorância, no “deixe tudo como está”. A massa não compreende sua importância, e, não tem nem ao menos noção do poder que perde da sabedoria que não tem conhecimento. Favorecendo mais ainda a elite que goza de toda essa ignorância. Seria notável se todos estampassem em suas caras, e corpos suados : “Somos ignorantes! Dai-nos a sabedoria!”. E tudo fosse rendido ao ridículo. E gritariam nas praças de forma implacável. Não haveria por onde fugir. E banal é o achar que sabe, e tudo for filosofia barata de boteco!

O ano 2000 como era de se esperar, tornou-se algo desprezível, e, a história previa tudo isso! O materialismo torna-se agora uma espécie de modelo sócio-econômico. Forçada pelo desejo que corrompe, pelo desejo de se apegar a algo plausível, que, a sua síntese seja feita no interior de uma televisão, de forma divertida, de forma tecnológica. E para o tudo há o todos, todos e os seus papéis, últimos românticos, poetas burros querendo ser camões, viciados em anestesia, fanáticos que vivem mal e só querem os reinos dos céus, parceiros insolentes da contravenção, etc.

Tudo uma tremenda ilusão e mesquinhez, diria eu citando o zarastustra: A hora em que possam dizer: “que interessa minha razão! Procura o conhecimento como o leão o alimento. A minha razão é pobreza, impureza, e conformidade lastimosa!”

Ilusões são projetadas a cada cena, a cada som, a cada figura de imagem pregada em uma dança. Em todo o expressar do ser do ano 2000 é um parecer meticuloso, logo se faz a imensa frivolidade.


Ádrivan .M. henrique

Clube da esquina

Por que se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou prá trás
A primeiro passo asso asso ...
Por que se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênicos
Ficam calmos calmos calmos...
E lá se vai
Mais um dia
ah ah...
E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva de um rio rio rio rio...
De tudo se faz canção
E o coração na curva de um rio ...
E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente gente gente...