27 de nov. de 2008

Campos de Pedra

Caminho cansado entre ruas esguias,
Encontro marcado com a fumaça e a farça.
Quem me guia no asfalto de Planícies Cimentadas?
Quem rega o reboco pra que flores nasçam?
Avanço entre as feras da Mãe-Natureza-Morta
Que saem cabisbaixas de cada condomínio.
Recuo à visão dos vastos domínios
do silêncio e da discórdia atrás de cada porta.
A cidade é filicida, a cidade é traiçoeira,
E com prazer dos mais grotescos devora os ovos de seu ninho.
A cidade é suicida, é o cancer de si mesma!
Foi o que vi tarde passada ao procurar flores campestres
E os desconsolados velhos me disseram, sérios e tétricos,
"Isso aqui a gente não tem, porque esses campos são de pedra"

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Dante


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